Teste indica se você tem habilidade rara de reconhecer rostos
Você consegue reconhecer rostos muito bem? Se tiver esta habilidade, pode fazer parte de um grupo especial da polícia britânica.
Os "super-reconhecedores" identificam até 80% dos rostos que já viram, diante do índice de 20% de acerto entre pessoas comuns, e estão colaborando para reconhecer criminosos em fotografias borradas e imagens de câmeras de segurança.
Um novo teste da Universidade de Greenwich, no Reino Unido, permite avaliar se uma pessoa tem esta habilidade. Ele dura apenas cinco minutos. São exibidas fotos de rostos por oito segundos e, depois, é preciso identificá-los entre oito opções.
Se sua nota for superior a dez, você pode fazer parte dos 1% da população mundial de super-reconhecedores.
"Conseguir reconhecer as pessoas que estão fora de um determinado contexto pode ser um dos indícios dessa habilidade. Outro indício é se você é do tipo que é melhor em reconhecer os outros do que os outros em reconhecer você", explica à BBC o psicólogo Richard Russell, do Gettysburg College, na Filadélfia (EUA), o primeiro a cunhar o termo "super-reconhecedor", em artigo publicado em 2009.
![Reprodução](https://ichef-1.bbci.co.uk/news/ws/624/amz/worldservice/live/assets/images/2015/06/16/150616163455_teste_rosto1_624x351_reproducao.jpg)
Talento
Cientistas estão apenas começando a entender por que algumas pessoas têm essa habilidade e como ela funciona.
Russell começou a se interessar pelo assunto em 2006, quando estava na Universidade Harvard e estudava a prosopagnosia, um distúrbio cognitivo que afeta a capacidade de reconhecer rostos.
O pesquisador descobriu se tratar de um problema muito mais comum do que imaginava – cerca de 2% das pessoas que testou sofriam do distúrbio.
"Então, pensei que deveria haver pessoas no outro extremo, com capacidades extraordinárias", conta Russel, que identificou super-reconhecedores em todo o território americano.
Na mesma época, Mick Neville, chefe da equipe de imagem forense da polícia de Londres, começou a notar que eram sempre os mesmos policiais que identificavam criminosos, muitas vezes a partir de imagens de péssima qualidade.
"Queria encontrar um psicólogo que pudesse testar essas pessoas e descobrir como suas mentes poderiam trabalhar ainda melhor", conta Neville, que se associou a Josh Davis, da Universidade de Greenwich.
Os testes de Davis consistiam em pedir para que policiais identificassem um número de celebridades menos conhecidas em imagens distorcidas e que eles memorizassem rostos completamente novos e os encontrassem em outras fotos.
![Reprodução](https://ichef.bbci.co.uk/news/ws/624/amz/worldservice/live/assets/images/2015/06/16/150616163713_teste_rosto2_624x351_reproducao.jpg)
Pouco depois desses testes, em 2011, Londres foi tomada por uma onda de saques e vandalismo. As imagens capturadas pelas câmeras de segurança tiveram que ser analisadas rapidamente.
Aí entraram em cena vinte super-reconhecedores escolhidos por Davis, que tiveram que examinar quase 5 mil imagens. Eles conseguiram identificar 609 suspeitos – 65% deles acabaram sendo indiciados. O evento virou a mesa para a equipe de Neville.
Espalhai a felicidade, não o desamor!
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