sábado, 18 de março de 2017

Operação carne podre


É repugnante saber que a carne que está chegando às nossas mesas pode estar podre, alterada com produtos químicos para esconder sua real situação, pintada com corantes para ser vendida como 
fresca e saudável.

A analogia com a administração do golpista Michel Temer é inevitável.

Diariamente, a mídia trabalha como esses frigoríficos investigados – edulcora e perfuma um governo fétido, em adiantado estado de putrefação, enfiado goela abaixo dos tolos que, contra os 
próprios interesses, foram bater panelas contra uma presidenta honesta, eleita por mais de 54 milhões de brasileiros e brasileiras.

A revelação de que as maiores empresas de alimentos do País pagavam propinas para liberar carne podre para a população é, por si só, a desmoralização completa de um certo empresariado que 
emprestou seu poder – e dinheiro – para derrubar Dilma Rousseff e colocar em seu lugar esse espantalho que odeia o Brasil.

Eram os éticos, os moralistas de aluguel que, enquanto vestiam verde e amarelo e enchiam as ruas
de ódio antipetista, subornavam fiscais do Ministério da Agricultura para fazer vista grossa a 
frangos e carne moída misturados com papelão. Um zeloso esquema de propinas que, segundo a 
Polícia Federal, beneficiava dois partidos, o PP e, claro, o PMDB de Temer.

E quem está lá, flagrado em alegre bate papo com o chefe da quadrilha? O ministro da Justiça, Oscar Serraglio, arauto da moralidade pública que, durante as investigações do chamado “mensalão”, vendeu-se como algoz do PT.

Pego no grampo, Serraglio tornou-se um ministro tão podre como a carne que, ao que parece, ajudou a colocar na mesa das famílias brasileiras, na boca das crianças, um crime que ainda teremos que dimensionar.

O fato é que não somente a carne, mas a República apodreceu de vez. O golpe de 2016, que já nos reduziu a uma republiqueta de bananas, agora desqualificou o País no mercado de carne, onde, até então, éramos um dos maiores exportadores do planeta.

Quem vai querer comprar carne do Brasil, agora?

No meio dessa podridão trazida pelos golpistas, nossa única chance de recuperação é uma eleição direta, já, para presidente da República, e uma nova Assembleia Nacional Constituinte.


O Brasil precisa de um banho de democracia para, enfim, tirar essa camarilha de ladrões do  poder.
CHICO VIGILANTE
Deputado distrital e presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara Legislativa do DF
Fonte: Brasil 247

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